Certamente o técnico Álvaro Gaia não imaginaria que viveria um período tão turbulento da história em sua primeira passagem no futebol carioca. Antes que o Estadual terminasse veio a pandemia do coronavírus e, agora, o polêmico retorno em meio a um momento delicado para o Rio de Janeiro, o Brasil e o mundo.
Mas como a missão que lhe foi conferida ainda não foi alcançada, caberá ao comandante rubro, mais de 100 dias depois do último duelo oficial, buscar o mísero ponto que falta para livrar o America do rebaixamento à Série B1, que seria mais uma tormenta para o clube em tempos extremamente complicados. Gaia, porém, confia na conclusão da tarefa, que pode ser selada contra o Americano, neste sábado.
- Apesar de tudo o que passamos, o saldo tem sido positivo. Assumi em um momento de crise, mas tive uma receptividade excelente de todos, o que torna muito mais fácil trabalhar. Realmente a pandemia deixou tudo muito confuso, mas vamos para a batalha nesses dois jogos - afirmou em conversa com o MecãoNet.
Se empenho não faltará, é fato, porém, que as condições para esses duelos não serão as melhores.
- Foi muito tempo de inatividade. Eu e o professor Felipe (Venturin, preparador físico) conversamos e tentamos dar o mínimo de condições para o grupo. Como a média de idade é baixa, fica mais fácil - observa, lembrando que o time vinha em evolução, em especial no jogo com o Nova Iguaçu.
- O que tinhamos atingido nos últimos jogos era muito bom, estávamos subindo e os garotos ganhando confiança. Conseguimos manter a equipe que vinha jogando e isso facilita, mas fisicamente não estaremos 100%. Apesar disso, vamos manter a forma que vínhamos jogando e com a qual conquistamos a vitória contra o Nova Iguaçu.
Apoio pontual
Os dois reforços que chegaram já eram conhecidos de Gaia de outros momentos.
- O Djalma trabalhou comigo no Taubaté. É um grande atleta e tem muitas qualidades, veio para o lugar do Flamel. O Jone é experiente e também é muito qualificado. Vieram especialmente para essas duas partidas. Agora não é a hora, agora e fazer o ponto que nos manterá na Seletiva. Aí, para frente, pensaremos no retorno ao grupo de elite da Primeira Divisão. É o nosso sonho e o nosso objetivo dar este presente ao torcedor.
Alcançar o objetivo americano certamente será subir um degrau em direção a uma serenidade que anda difícil de se obtida em dias tão difíceis.
- O mundo está diferente. Nem o mais pessimista pensaria no que está ocorrendo, tem sido muito difícil para todos. Hábitos, costumes, tudo diferente. Muitos cuidados especiais, especialmente com os protocolos desenvolvidos pela Federação. O pior é o desencontro de opiniões, vejo que ninguém tem a certeza das determinações que são passadas. Pra piorar, um momento crítico da nossa política, corrupção... Enfim, temos que nos cuidar, viver e esperar que a vacina venha o mais rápido possível.
Marcio Menezes
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