A chance veio com 17 anos e ele não hesitou. Ainda menor de idade, Renato conseguiu seu espaço num America que tinha várias feras. Fez gols, participou de uma campanha que colocou o Mecão entre os quatro maiores clubes do País e tornou-se ídolo da torcida rubra.
A ligação com o clube que o formou segue até hoje. Como supervisor técnico, com o olho clínico de quem está há quase 40 anos no futebol, ele transita pela base e ajuda a recriar uma identidade formadora no America, mesmo em meio a dificuldades de infraestrutura.
O MecãoNet bateu um papo com Renato Carioca. Na pauta, a análise da importância do prolongamento de contrato de seis atletas formados no clube e o time sub-20, que tem retorno presencial previsto para esta quarta-feira, 12, até segunda ordem.
MecãoNet: O que significa essa guinada em prol da utilização mais frequente e de uma presença mais visível de jogadores formados na base dentro do elenco profissional?
Renato: Significa o resgate da história americana, onde sempre existiu a formação de grandes jogadores, inclusive para a Seleção Brasileira. O jogador da base, quando chega ao profissional, sente as coisas de um jeito diferente. Ele tem uma relação de afeto real com o clube.
Você sempre enfatizou a personalidade que teve nos tempos de atleta, quando entrou jovem no time principal e jogou entre vários cobras da época, sem tremer. Percebe isso nesses meninos?
Minha estreia no profissional foi com 17 anos. Entrei e não sai mais. Esses garotos entraram num momento decisivo não por acaso e ajudaram muito. Portanto, estão prontos para continuar ajudando o America. Eles têm qualidade e personalidade.
Esses jogadores podem ser emprestados para atuar em outro clubes neste segundo semestre, numa B1 do Estadual, por exemplo? Ou serão preservados até o Carioca 2021?
Estamos analisando a possibilidade de empréstimo, sim, para jogarem mais e adquirir mais experiência. Não podem ficar cinco meses parados. Será importante para eles.
Estamos revelando jogadores, mas ainda temos muitas limitações de infraestrutura, especialmente na base. Esse segundo semestre sem futebol pode ser útil para algum tipo de melhoria nesse sentido? Quais são as principais carências estruturais que precisamos atacar?
Sem dúvida, não temos a mesma estrutura dos anos em que o America formava grandes jogadores. Mas estamos com o sub-20 e o sub-17 muito próximos do futebol profissional e isso é importante. Estamos procurando dar a eles todas as condições que temos no time principal. Inclusive, toda a comissão técnica do sub-20, exceto treinador e preparador físico, pertence ao profissional. Mostramos a eles que, em breve, poderão chegar ao grupo de cima.
Como será a preparação do sub-20 para o campeonato que se reinicia? Podemos ter um America incomodando, brigando por um lugar nas semifinais de turno ou ao menos brigando pela dianteira entre os times de menor investimento?
Já estamos em preparação para a retomada. Nosso objetivo é ficar entre os seis primeiros para chegar a Copa São Paulo novamente. Temos um grupo de qualidade, mas que precisa da experiência que só os jogos trazem. Os clubes de maiores investimento jogam várias competições e nós não temos essa condição. Ano passado fizemos uma boa campanha, o que nos levou a Copinha.
Encerramos o ciclo de assinaturas de contrato ou alguns dos meninos que jogarão o sub-20 também poderão ter a mesma oportunidade dos seis contratados?
Renovamos contratos, mantivemos o America com segurança em relação aos garotos e já estamos observando outros. Temos bons valores surgindo e vamos trabalhar para mantê-los no clube. Com certeza, aqueles que se destacarem serão profissionalizados. Esse é o objetivo da direção do clube e da coordenação do futebol.
Marcio Menezes
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